
A Campanha da Fraternidade, como sabemos, é organizada todos os anos pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), e tem nas suas comunidades o seu espaço de atuação. Este ano, porém, pela terceira vez, a organização passa a ser feita pelo CONIC (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs). Apesar da limitada representação entre as diversas Igrejas Cristãs existentes no Brasil, esse fato reafirma que se é possível o ecumenismo acontecer, certamente isso se dará pela prática social dentro da perspectiva da opção pelos pobres.
O tema desse ano se volta necessariamente para a questão da emancipação social, pensada a partir da crítica à economia neoliberal e buscando alternativas econômicas a partir de outra referência que não seja o acúmulo de capital. Podemos perceber isso no momento em que a palavra Economia é colocada ao lado da palavra Vida. Esse fato leva necessariamente a uma crítica à economia enquanto ciência, o que dá a entender que, dentro da nossa realidade, as políticas econômicas estiveram afastadas das necessidades da maioria da nossa população. Portanto, a Economia não pode ser neutra, por trás das políticas econômicas há pessoas, vidas, nações que muitas vezes são desconsideradas em prol das necessidades do capital.

O Mercado é colocado como o gestor da felicidade da humanidade, somente a partir dele é que o progresso e a prosperidade têm condições de serem atingidos. Aos poucos se percebe as armadilhas em que todos nós caímos, onde em vez de riqueza e felicidade, surgem a miséria e a infelicidade humana. O "deus" Mercado não põe as suas mãos em prol de todos, mas na proteção daqueles que buscam cada vez mais acumular capital.

A Campanha da Fraternidade vem denunciar o projeto Neoliberal que tem nesse Mercado a sua referência, mostrando que é necessário buscar novos referenciais para a construção de uma sociedade nova. E apresenta a Economia Solidária como uma dessas referências. Em outro artigo falaremos um pouco das experiências de Economia Solidária existentes no Brasil.
Gilberto Simplício
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